O projeto de lei que cria a Política Estadual de Incentivo à Doação de Sangue recebeu parecer favorável da relatora da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa, deputada Manuela d'Ávila (PCdoB), mas ainda precisa ser votado pelos demais membros para ir a plenário. De autoria da deputada Miriam Marroni (PT), tem por finalidade garantir a autossuficiência estadual para disponibilização de estoques com os diferentes tipos sanguíneos, atendendo à demanda estadual. Nesta sexta-feira, no Dia Nacional do Doador de Sangue, a Santa Casa de Misericórdia de Pelotas encerra a campanha iniciada segunda-feira para estimular as doações.

Segundo Miriam, a política prevista no seu projeto vai incentivar as campanhas educativas de estímulo à doação regular de sangue, além de manter um Cadastro Estadual de Doadores de Sangue, realizar mutirões regulares em locais públicos visando o registro de doadores no Cadastro e campanha permanente de telemarketing para o registro de doadores.

A organização e a supervisão do Cadastro ficarão sob a responsabilidade da Secretaria Estadual da Saúde, sendo que os dados armazenados ficarão disponibilizados ao Ministério da Saúde sempre que solicitado. O Cadastro Estadual de Doadores de Sangue deverá conter todas as informações relativas ao doador, inclusive dados clínicos e resultados dos exames e testes de laboratórios realizados no sangue coletado, sem prejuízo de outros elementos determinados pela Secretaria Estadual da Saúde.

Segundo dados do Ministério da Saúde, apenas 1,8% da população brasileira doa sangue, o que motivou o lançamento de campanha nacional em junho deste ano, no Dia Mundial do Doador de Sangue, com objetivo de reafirmar a importância do ato e incentivar novos voluntários. A Santa Casa de Misericórdia de Pelotas realizou campanha toda a semana e nesta sexta-feira (24), na data alusiva ao doador, vai oferecer um lanche melhorado e brindes aos doadores para estimular o ato.

A expectativa é de que o número de doações nesta sexta seja quase quatro vezes maior do que o habitual, passando de 40 ao dia para 150, informa a enfermeira responsável pelo banco de sangue da Santa Casa, Margareth Noremberg. Durante a semana não aumentou muito o movimento, o que já era esperado, pois as pessoas deixam para ir na data alusiva ao doador.

Os voluntários podem se dirigir ao banco de sangue das 8h às 16h, ininterruptamente. Após esse horário encerram-se as captações porque o sangue coletado é enviado aos laboratórios para a realização de exames, que é terceirizada. No Hemocentro Regional de Pelotas (Hemopel) a atividade de coleta intensiva foi antecipada para quarta-feira e esta sexta a equipe de captação estará em Dom Pedrito.

Para suprir a necessidade regional, o Hemopel precisa de 80 doações de sangue ao dia. Durante o inverno o estoque cai devido à maior incidência de gripes e resfriados. Existem voluntários que doam regularmente e esses são responsáveis por 40% do sangue estocado. Afora os cadastrados, geralmente as pessoas doam somente para reposição, porque um parente ou um amigo precisa de transfusão.

Horário de atendimento do Hemocentro
De segunda a sexta, das 8h às 18h, e no primeiro sábado de cada mês, das 8h às 13h

Endereço: avenida Bento Gonçalves, 4.569

Quem pode doar
- Pessoas entre 16 e 69 anos podem doar sangue. Para os menores de 18 é necessário o consentimento dos responsáveis e, entre 60 e 69 anos a pessoa só poderá doar se já o tiver feito antes dos 60 anos. 

- É preciso pesar no mínimo 50 quilos e estar em bom estado de saúde.

- O candidato deve estar descansado, não ter ingerido bebidas alcoólicas nas 12 horas anteriores à doação enão estar em jejum. 

- No dia, é imprescindível levar documento de identidade com foto.

- A frequência máxima é de quatro doações anuais para o homem e de três doações anuais para a mulher. O intervalo mínimo deve ser de dois meses para os homens e de três meses para as mulheres.

* A doação é 100% voluntária e beneficia qualquer pessoa, independentemente de parentesco com o doador. É importante lembrar que o sangue é essencial para os atendimentos de urgência, realização de cirurgias de grande porte e tratamento de pessoas com doenças crônicas, como a doença falciforme e a talassemia, além de doenças oncológicas variadas, que frequentemente necessitam de transfusão.